Desenvolvimento ágil de software com SCRUM

Esta semana fui convidado pelo professor Egídio, da Faesa, para falar um pouco para os seus alunos sobre desenvolvimento ágil de software utilizando SCRUM. Eu adoro falar sobre SCRUM e já fiz esta apresentação algumas vezes, mas cada vez é diferente, não tem jeito, então aproveitei a oportunidade para fazer um refactory considerável na apresentação de SCRUM que tinha.

A apresentação em si é básica, fala sobre SCRUM, seus papéis, responsabilidades, atividades e ciclo de vida. Nesta apresentação tento focar na desmistificação de alguns conceitos e idéias simples que, às vezes, as pessoas que ainda não conhecem o SCRUM possam ter formado naquelas conversas de corredor, e claro, mostrar alguns benefícios e problemas reais que a adoção do SCRUM trará para a organização e para as pessoas envolvidas.

A apresentação está disponível aqui no meu slideshare e também no blog. A conversão/compressão do slideshare deixou a apresentação um pouco mais feia, quem quiser faça o download do arquivo que este estará bem melhor.


Dúvidas, críticas e sugestões farão meu dia um pouco melhor, fique a vontade para me procurar.

Maré de Agilidade em Vitória-ES: Maré Vix

Maio será um mês de muitas ondas boas, no dia 22 teremos o Maré de Agilidade em BH e no próximo final de semana, dia 29 de maio teremos o Maré de Agilidade em Vitória, ou Maré-Vix: http://www.mare-vix.com

O Maré Vix contará com uma programação bastante recheada e enriquecedora: teremos um dia inteiro com muitas palestras e uma mesa redonda com todos os palestrantes ao final do evento. Dentre os nomes confirmados para o evento, temos: Guilherme Silveira, com a palestra Um produto em duas semanas, Guilherme Chapiewski, Denis Ferrari sobre Domain-Driven Design, Fabrício Vargas Matos falará sobre TDD e Jeveaux – eu, sobre Negociação de contratos.

O Maré Vix conta com o apoio e patrocínio da Giran e Qualidata para a sua realização, e o apoio fundamental da Faesa, cedendo espaço, infra-estrutura e ajuda necessárias para a realização do evento, e claro, com os patrocinadores que nos ajudam a tornar o evento realidade: HighLanCaelum, GUJ e InfoqBR. Tem interesse em colaborar na organização? Patrocinar? Então entre em contato comigo agora mesmo: paulo.jeveaux (a) giran.com.br.

Um pouquinho sobre a minha apresentação:

Negociação de contratos de projetos ágeis: contratos de escopo negociáveis

Trabalhar em par, escrever testes, muitos testes e colar os papeizinhos na parede, não acaba por aí? Ninguém me avisou que existe uma parte difícil! Um projeto de software, independente da metodologia de gestão ou engenharia é um projeto que possui um cliente – que investe capital – e uma empresa que fornece serviços – que recebe o capital em troco de devolver um bom produto – e este relacionamento tende a ser fortemente formal e legal, o que nos leva para as negociações de contrato entre cliente e fornecedor.

Customer collaboration over contract negotiation, assim encontramos no Manifesto Ágil: Colaboração com o Cliente mais que negociação de contratos, o que não significa trabalhar sem contratos, pelo contrário, os contratos fazem parte de todo e qualquer projeto de software, são indispensáveis. Mas onde está o ponto de equilíbrio? Como conseguiremos um balanço ideal? Como você já deve imaginar, não há bala de prata aqui também, mas existem diversos caminhos e alternativas que podem ser traçadas para ajudar no caminho do sucesso. Estas modalidades de contratos e formas de trabalho serão abordadas nesta apresentação através de: contratos de preço, tempo ou lucro fixo, contratos de escopo negociáveis e até contratos de escopo aberto.

Então é isso, visite o site do Maré-Vix agora mesmo e garanta a sua participação, as vagas são limitadas.

Certified Scrum Master: 1º curso oficial no Espírito Santo

A Giran está trazendo o 1º Curso Oficial de Certified Scrum Master (CSM) para terras capixabas, fruto da parceria entre a Giran e a AdaptWorks. Com certeza esta é uma grande oportunidade para todos que querem aprender mais e se especializar em SCRUM e, claro, dar um belo upgrade no currículo.

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As inscrições já estão abertas e o curso será ministrado nos dias 05 e 06 de novembro, em Vitória, dependendo do número de inscritos atingir a quantidade mínima. Ele será ministrado num lugar compatível com o número de inscritos e tem duração de 16 horas.

O curso inédito no Espírito Santo será ministrado pelo instrutor Alexandre Magno, da AdaptWorks, único instrutor certificado pela Scrum Alliance no Brasil. O curso é um sucesso no Brasil inteiro e altamente requisitado em vários estados, tanto pelo fato de ser um curso oficial quanto por ser a porta de abertura para quem deseja não apenas conhecer mas também se certificar nessa metodologia ágil.

O participante ganha ao final do curso um certificado de Scrum Master, que é o início para a especialização na metodologia e associação na Scrum Alliance.

Para garantir sua vaga, envie um e-mail para contato@giran.com.br com seus dados de contato. Entraremos em contato para informar sobre o curso, preço, modos de pagamento e outros detalhes.

Mais detalhes sobre o curso no blog da Giran.

Escopo, o inimigo do sucesso

Os grandes e temidos arquitetos de sistemas adoram quando precisam especificar um escopo de um grande projeto, geralmente este trabalho é tido como o supra-sumo da empresa, onde somente o melhor dos melhores pode executar, onde a responsabilidade de sucesso ou fracasso está em jogo e no entender da empresa nada deve ser apressado, o arquiteto precisa de tempo para pensar em todos os detalhes, de todos os recursos que precisar para esmiuçar o escopo ao máximo, pensar em tudo que o cliente irá desejar, tudo mesmo.

O que muitos não vêem é que, com isso, a receita para o fracasso já está praticamente concluída. O trabalho e esforço de semanas ou até meses onde o arquiteto deu tudo de si, não passa, simplesmente, da pura arte da adivinhação, de previsão do futuro, de achismo e nada mais. O que ele achou que o cliente desejaria, o tempo que ele achou que iria demorar, os prazos que ele tirou da cartola e os resultados que ele sonhou acontecer dificilmente serão alcançados. Isso não acontece por falta de capacidade do arquiteto, pelo contrário, em alguns casos ele é realmente O cara da empresa e possuidor de vasta experiência, mas tentar prever o futuro não é uma ciência exata.

Apenas uma observação aqui: Não sou contra o levantamento de requisitos e especificação de escopo, pelo contrário, acho que é um trabalho de extrema importância, apenas não concordo com a forma que este trabalho é feito na grande maioria dos projetos, onde o pensamento e a organização em cascata impera.

O fracasso numa situação dessas poderá vir quando o cliente, no meio do projeto, resolver mudar tudo. O arquiteto terá que trabalhar mais alguns meses em um novo escopo? O cliente entenderá que deverá pagar por mais alguns meses de replanejamento de escopo? Como o seu escopo reagirá a mudanças, ele foi preparado para isso?

Ou quando ao final do projeto, somente ao final do projeto, uma versão usável for apresentada ao cliente e ele achar que você se enganou e apresentou a solução de um outro cliente a ele, tamanha a discrepância entre as expectativas do cliente e da empresa. E agora, como fica a situação? Inicia-se um novo projeto!? E quem pagará por isso?

Ou no pior dos casos, durante o desenvolvimento do projeto vê-se que o que o arquiteto previu para 10 meses de trabalho com uma equipe de 5 pessoas estava completamente furado, você vai precisar de 20 meses. Então qual é a brilhante ideia? Aposto a minha sacola de mendorato: “- Vamos dobrar a equipe, com 10 pessoas conseguiremos diminuir o prazo pela metade e assim ficaremos dentro do esperado”. É tiro-e-queda, será um grande fracasso. Ter um escopo flexível e incremental seria muito melhor do que incrementar a equipe para seguir o escopo. Afinal de contas, desde quando nove mulheres juntas são capazes de gerar um filho em um mês? Manusear prazos, expectativas e custos de um produto desta forma, definitivamente não dá certo.

Existe ainda um outro lado, aquelas pessoas que não querem se preocupar com problemas de escopo, que não querem ter problemas ao final do projeto se tiverem que discutir com o cliente sobre determinada funcionalidade está certa ou errada ou se deveria existir ou não, estas pessoas são as adeptas do escopo fixo.

Eu costumo dizer que, em projetos com escopo fixo só têm uma certeza: ele irá fracassar!

O fracasso nestes projetos não precisa ser necessariamente a não entrega do produto. Isso quase sempre acontece, mas milagres podem acontecer e o projeto pode ser concluído e entregue no tempo, mas ainda assim será um fracasso. Será um fracasso para o seu cliente, que demandou o projeto. Assim como dois mais dois são quatro, eu aposto o meu mendorato de novo que o seu cliente certamente mudou de idéia em vários pontos durante o desenvolvimento do projeto, mas você, esperto que é, já tinha o seu escopo fixo e para não sacrificar a “entrega” e seguir o maldito escopo, esfregou na cara do seu cliente que ele não poderia mudar nada, que ele não tinha esse direito, que estava escrito no escopo assim como é gravado em pedra e nada daquilo poderia mudar, em hipótese alguma, e mais, se ele fosse teimoso e insistisse em mudar teria uma saborosa multa à sua espera.

Sem dúvida esse cliente não estará com você num próximo projeto. Este é um tipo de fracasso que é muito pior que o anterior, certamente. Seria preferível não entregar tudo o que estava no escopo, renegociar o escopo, incrementá-lo ou decrementá-lo, mas entregar tudo o que o cliente pediu durante o projeto do que ignorar e trocar a sua opinião por um documento que foi feito em alguns dias ou horas numa tentativa de prever o futuro, que acaba quase sempre de modo frustrante para ambas as partes – para a empresa que trabalha desta forma, nem tanto, pois a essa altura ela já terá recebido todo o orçamento do projeto.

Trabalhar com o escopo de forma iterativa e incremental não é nenhum bicho de sete cabeças, seu pescoço não estará na corda desde que todas as expectativas estejam alinhadas, insira o seu cliente no projeto, faça-o participar de todas as etapas e ele mesmo verá e terá consciência de que em determinados pontos o escopo precisa mesmo ser alterado – para mais ou para menos. Aprenda a negociar e gerenciar expectativas com o cliente e o escopo passará a ser o grande amigo do seu projeto.

Além dos links dos artigos no último parágrafo, o Manoel Pimentel disponibilizou uma ótima apresentação sobre Gestão de Requisitos através de práticas Ágeis e Enxutas, que mostra extamente algumas das formas de se trabalhar com escopo incremental e iterativo.