Resumo do I Encontro Agile-ES

Hoje foi realizado o primeiro encontro do grupo Agile-ES, recentemente criado em Vitória, capital do Espírito Santo. O encontro foi realizado graças ao apoio da UVV, que tem sido uma grande parceria nas atividades de diversos grupos locais.

Quando reservamos o anfiteatro da instituição, inicialmente tivemos um pouco de medo, afinal são quase 200 lugares disponíveis. Mas com apenas uma semana divulgação (sim, foi muito em cima da hora) e sem utilizar nenhum canal a não ser os meios online, chegamos a incrível marca de 153 inscritos, praticamente a capacidade máxima do anfiteatro.

Ficamos um pouco preocupados no início, afinal este é um grupo que sobrevive através de trabalho voluntário e por se tratar de um primeiro encontro não conseguimos tanto apoio como gostaríamos, até mesmo pelo pouco tempo disponível, ou seja, não teríamos meios de oferecer um coffee-break adequado, material de inscrição, etc. Mas temos o que é o mais necessário: vontade, disposição e coragem para colocar a cara a tapas. Então seguimos firmes.

Hoje começamos o dia bem cedo e por mais incrível que pareça, muita gente chegou cedo e alguns minutos antes do horário previsto para iniciar as atividades o anfiteatro já estava quase lotado, tivemos 85 participantes presentes, uma ótima marca para a inauguração do grupo. O evento contou com uma apresentação minha sobre desenvolvimento ágil com Scrum e uma apresentação do Alisson Vale sobre Lean e Kanban.

A minha apresentação já está disponível no slideshare e agora aqui no blog também. Em breve o Alisson disponibilizará a apresentação dele também.


Para os membros do Agile-ES, em nome do grupo eu gostaria de dizer um MUITO OBRIGADO a todos, por terem participado, por terem acreditado no grupo, enfim, valeu mesmo! Em breve será enviado um questionário de avaliação para os membros que compareceram ao evento.

E nós já estamos preparando outras atividades, temos uma grande surpresa caminhando para ser realizada onde traremos muito mais sobre agile para o nosso estado.

Lançamento: Giran Soluções e Ensino

Pessoal, é com uma enorme satisfação que escrevo este post e comunico a vocês o lançamento oficial da minha empresa junto com meu grande amigo-irmão-parceiro e agora sócio, Léo Hackin, e claro, com a participação incondicional e incansável da minha adorada esposa que, literalmente, tirou a coisa da informalidade e ‘nos deu asas’.

A empresa já está registrada há algum tempinho e, também, em atividade. Porém, hoje está sendo o seu lançamento oficial, basicamente com a marca e o site temporário pois a sede ainda está em fase final da reforma da sala e o site em ajustes finais para ir ao ar, muito em breve escreverei sobre a sede e como ela ficou.

Há algum tempo, muita gente não entendeu o meu pedido de saída da globo.com, mesmo tendo eu, acabado de entrar. O principal motivo que me trouxe de volta a Vitória foi exclusivamente pessoal e particular, não cabem comentários aqui no blog. Com o retorno, aproveitei o tempo ocioso e dei início ao trabalho que era também um sonho antigo, assim como entrar na globo.com, e agora o sonho saiu do papel e, literalmente, caiu no mundo real.

Giran Soluções e Ensino

giran_mini1Giran é o nome da nossa empresa. Durante quase 2 meses nós procuramos um nome, inventamos códigos e nomes estranhos, nomes ao contrário, nomes em japonês, em chinês, enfim, tentamos de um todo, mas nenhum deles tinha o domínio livre. Apesar de se tratar do nosso lado profissional e de ser agora a nossa cara, nossa marca e identidade ‘na rua’, o nome é algo muito especial, e não poderia deixar de ser algo nerd, afinal somos nerds. Darei uma pista e quem descobrir a origem do nome ganhará o direito de disputar uma partida de xbox na nossa nova sede; a dica: é um nome retirado de um rpg, mais especificamente de um mmorpg!

Conheça: Giran Soluções e Ensino

Na Giran o nosso foco de trabalho serão contratos de consultoria e coaching em projetos java e rails, gerenciamento de projetos com Scrum e, também, ensino e treinamento especializados em java, php e rails. Quando o site estiver no ar muitas outras informações e detalhes sobre nossa área de atuação serão disponibilizadas.

A criação e lançamento da Giran ocorreu, antes de tudo, após uma longa conversa sobre valores, princípios, visão e expectativas para a empresa e sobre como faríamos para criar e manter uma empresa jovem e descontraída e ao mesmo tempo profissional e comprometida. Nós não poderíamos simplesmente abrir uma outra ‘old big company’ baseada em velhas e obsoletas idéias e trabalhar de forma caótica e improdutiva, na nossa empresa usaremos o que há de ponta para o desenvolvimento e gestão dos nossos projetos e treinamentos, estudaremos cada caso com o máximo de detalhes, cada cliente, cada projeto afim de aplicar o que for melhor para cada situação, exatamente igual fazemos em nosso dia-a-dia e em nossa evolução pessoal+profissional.

Na Giran todo o nosso trabalho será pautado e muito fortemente baseado nos valores e princípios de Extreme Programming, especialmente em alguns que temos uma certa predileção:

  • Respeito – Pois este é a base para todos os outros valores e princípios, é o motivo pelo qual nascemos e pelo qual prosperaremos.
  • Coragem – Não seremos reativos à mudanças, não cortaremos a nossa criatividade e de nossos funcionários. Lidaremos com o risco de forma aberta, transparente e responsável; e erraremos o quanto for preciso para chegar o mais próximo possível da perfeição e continuar sempre no caminho da evolução e da melhoria contínua.
  • Simplicidade – Seremos pragmáticos, sempre! Não queremos fazer mais do que a concorrência, não queremos fazer o desnecessário, não queremos ser ‘grande e flácido’, nós queremos resolver o seu problema.
  • Comunicação – Somos emocionais, queremos olhar nos seus olhos, conversar e sentir as suas emoções, tom de voz, expressões faciais, gestos e postura, não vamos trocar uma visita por um e-mail ou telefonema.
  • Qualidade – Não pode haver desperdício. Não pode haver software ruim ou de má qualidade. Prezamos fortemente pelo código que escrevemos e sabemos que ele é o nosso produto, não se trata de nível de qualidade, o objetivo é a altíssima qualidade, e é isso que importa.

Outro ponto de grande realização para nós com a abertura da Giran é poder participar e atuar de uma forma ainda mais forte e ativa no desenvolvimento de projetos open source e nos grupos e comunidades da nossa região. Poder agora, como empresa, dedicar tempo remunerado a estes projetos, incentivar e bancar a participação dos nossos funcionários, poder viabilizar eventos e outras atividades e muito mais. Hoje nós já participamos fortemente como membros e coordenadores no ESJUG, Agile-ES, PHP-ES, Linux-ES e EESL e estamos iniciando a participação no Vitória Perl Mongers.

E é isso, agora é correr atrás e tentar aplicar tudo que eu disse para meus antigos chefes/gerentes e ver, na prática, se será bom ou ruim, fácil ou difícil, lucrativo ou não e por aí vai. Agora o sonho acabou, virou realidade!

I Encontro Agile-ES

I Encontro Agile-ES

Onde: Anfiteatro da UVV – Vila Velha

Quando: 21/03/2009 – 08:30h

Recepção e credenciamento: 08:30h

Palestras

  • 09:00h – Abertura / Apresentação Agile-ES
  • 09:30hDesenvolvimento Ágil com SCRUM
    • Palestrante: Jeveaux é fundador e diretor na Giran Soluções e Ensino, onde trabalha com desenvolvimento de plataformas e serviços para internet de alta performance e escalabilidade utilizando metodologias ágeis como XP e Scrum. É fundador do Grupo de Usuários Java do Espírito Santo (ESJug), do grupo de metodologias ágeis (Agile-ES) e também administrador do PortalJava.com. Jeveaux possui mais de 8 anos de experiência em desenvolvimento de sistemas em diversos segmentos onde teve experiências na globo.com, Vale, Claro, Xerox, CEF dentre outras. Grande entusiasta e participante ativo das comunidades de Java, Agile, Ruby e Linux, mantém um blog em http://jeveaux.com.
  • 10:45hLean e Kanban: Sustentabilidade e Agilidade em Projetos de Software
    • Palestrante: Alisson Vale tem mais de 15 anos de experiência com desenvolvimento de software e a mais de 6 anos lidera projetos de software dos mais variados tipos e tamanhos. Hoje é Líder de Projeto e Diretor da Phidelis Tecnologia, onde lidera a equipe de desenvolvimento da solução acadêmica oferecida pela empresa.
  • 12:00hEncerramento

Inscrições

https://spreadsheets.google.com/viewform?hl=en&formkey=cFhQbVVRWUFNZEFTQ2dxX2RIWEVhQ2c6MA..

A inscrição é gratuita e obrigatória. Somente os inscritos receberão certificado de participação.

Apoio

Organização e Realização

Agile no Espírito Santo

Estamos – eu e Alisson Vale – lançando uma lista de discussão sobre práticas e metodologias ágeis como SCRUM, XP, Kanban, Lean e demais variações para o público capixaba, é a Agile-ES: http://groups.google.com/group/agile-es.

Como Agile não é o forte do nosso estado e as iniciativas tem sido pífias por aqui, a intenção principal com esta lista será de reunir interessados para divulgar e passar conhecimento sobre práticas ágeis, conhecer quem já está trabalhando de alguma forma ágil aqui no estado, tirar dúvidas e principalmente divulgar agile por aqui. Estamos organizando um pequeno encontro com algumas palestras e mesa redonda para os próximos dias, em breve teremos mais informações.

Então se você gosta de ser ágil, se estuda algo relacionado ou se trabalha aplicando algum tipo de agilidade fique a vontade, aproxime-se e participe, especialmente se for capixaba ou residir cá por estas terras.

Escopo, o inimigo do sucesso

Os grandes e temidos arquitetos de sistemas adoram quando precisam especificar um escopo de um grande projeto, geralmente este trabalho é tido como o supra-sumo da empresa, onde somente o melhor dos melhores pode executar, onde a responsabilidade de sucesso ou fracasso está em jogo e no entender da empresa nada deve ser apressado, o arquiteto precisa de tempo para pensar em todos os detalhes, de todos os recursos que precisar para esmiuçar o escopo ao máximo, pensar em tudo que o cliente irá desejar, tudo mesmo.

O que muitos não vêem é que, com isso, a receita para o fracasso já está praticamente concluída. O trabalho e esforço de semanas ou até meses onde o arquiteto deu tudo de si, não passa, simplesmente, da pura arte da adivinhação, de previsão do futuro, de achismo e nada mais. O que ele achou que o cliente desejaria, o tempo que ele achou que iria demorar, os prazos que ele tirou da cartola e os resultados que ele sonhou acontecer dificilmente serão alcançados. Isso não acontece por falta de capacidade do arquiteto, pelo contrário, em alguns casos ele é realmente O cara da empresa e possuidor de vasta experiência, mas tentar prever o futuro não é uma ciência exata.

Apenas uma observação aqui: Não sou contra o levantamento de requisitos e especificação de escopo, pelo contrário, acho que é um trabalho de extrema importância, apenas não concordo com a forma que este trabalho é feito na grande maioria dos projetos, onde o pensamento e a organização em cascata impera.

O fracasso numa situação dessas poderá vir quando o cliente, no meio do projeto, resolver mudar tudo. O arquiteto terá que trabalhar mais alguns meses em um novo escopo? O cliente entenderá que deverá pagar por mais alguns meses de replanejamento de escopo? Como o seu escopo reagirá a mudanças, ele foi preparado para isso?

Ou quando ao final do projeto, somente ao final do projeto, uma versão usável for apresentada ao cliente e ele achar que você se enganou e apresentou a solução de um outro cliente a ele, tamanha a discrepância entre as expectativas do cliente e da empresa. E agora, como fica a situação? Inicia-se um novo projeto!? E quem pagará por isso?

Ou no pior dos casos, durante o desenvolvimento do projeto vê-se que o que o arquiteto previu para 10 meses de trabalho com uma equipe de 5 pessoas estava completamente furado, você vai precisar de 20 meses. Então qual é a brilhante ideia? Aposto a minha sacola de mendorato: “- Vamos dobrar a equipe, com 10 pessoas conseguiremos diminuir o prazo pela metade e assim ficaremos dentro do esperado”. É tiro-e-queda, será um grande fracasso. Ter um escopo flexível e incremental seria muito melhor do que incrementar a equipe para seguir o escopo. Afinal de contas, desde quando nove mulheres juntas são capazes de gerar um filho em um mês? Manusear prazos, expectativas e custos de um produto desta forma, definitivamente não dá certo.

Existe ainda um outro lado, aquelas pessoas que não querem se preocupar com problemas de escopo, que não querem ter problemas ao final do projeto se tiverem que discutir com o cliente sobre determinada funcionalidade está certa ou errada ou se deveria existir ou não, estas pessoas são as adeptas do escopo fixo.

Eu costumo dizer que, em projetos com escopo fixo só têm uma certeza: ele irá fracassar!

O fracasso nestes projetos não precisa ser necessariamente a não entrega do produto. Isso quase sempre acontece, mas milagres podem acontecer e o projeto pode ser concluído e entregue no tempo, mas ainda assim será um fracasso. Será um fracasso para o seu cliente, que demandou o projeto. Assim como dois mais dois são quatro, eu aposto o meu mendorato de novo que o seu cliente certamente mudou de idéia em vários pontos durante o desenvolvimento do projeto, mas você, esperto que é, já tinha o seu escopo fixo e para não sacrificar a “entrega” e seguir o maldito escopo, esfregou na cara do seu cliente que ele não poderia mudar nada, que ele não tinha esse direito, que estava escrito no escopo assim como é gravado em pedra e nada daquilo poderia mudar, em hipótese alguma, e mais, se ele fosse teimoso e insistisse em mudar teria uma saborosa multa à sua espera.

Sem dúvida esse cliente não estará com você num próximo projeto. Este é um tipo de fracasso que é muito pior que o anterior, certamente. Seria preferível não entregar tudo o que estava no escopo, renegociar o escopo, incrementá-lo ou decrementá-lo, mas entregar tudo o que o cliente pediu durante o projeto do que ignorar e trocar a sua opinião por um documento que foi feito em alguns dias ou horas numa tentativa de prever o futuro, que acaba quase sempre de modo frustrante para ambas as partes – para a empresa que trabalha desta forma, nem tanto, pois a essa altura ela já terá recebido todo o orçamento do projeto.

Trabalhar com o escopo de forma iterativa e incremental não é nenhum bicho de sete cabeças, seu pescoço não estará na corda desde que todas as expectativas estejam alinhadas, insira o seu cliente no projeto, faça-o participar de todas as etapas e ele mesmo verá e terá consciência de que em determinados pontos o escopo precisa mesmo ser alterado – para mais ou para menos. Aprenda a negociar e gerenciar expectativas com o cliente e o escopo passará a ser o grande amigo do seu projeto.

Além dos links dos artigos no último parágrafo, o Manoel Pimentel disponibilizou uma ótima apresentação sobre Gestão de Requisitos através de práticas Ágeis e Enxutas, que mostra extamente algumas das formas de se trabalhar com escopo incremental e iterativo.