Sobrevivendo com um Android depois de todos os iPhones

Pois é, estou usando Android há algumas semanas, quase um mês. Comprei um Galaxy Nexus e tentarei fazer um resumo do que estou achando dessa mudança depois de usar só iPhone por alguns bons anos.

Desde  2008 que celular pra mim sempre foi iPhone: tive todos os iPhones, todos os modelos, capacidades, cores e qualquer outra variação que pudesse existir. Fã boy!? Que seja. Meu primeiro iPhone foi comprado em maio ou junho de 2008 quando ainda nem existia jailbreak e unlock, fiquei usando como iPod mesmo por alguns dias :P

Apesar de ser extremamente curioso e gostar de mudar a rotina das coisas acabei demorando muito, muito tempo para experimentar o Android. Talvez seja a idade e a preguiça de ter que me adaptar a algo novo, ou talvez a falta de coragem de “deixar pra lá” algumas dezenas (centenas, talvez!?) de dólares gastos em apps e conteúdo, enfim, agora foi.

Disclaimer: escrevi esse post cuidando para ser o mais imparcial possível, não pretendo trocar meu Galaxy Nexus por um iPhone na semana que vem e nem vou me converter a um psicopata Android, esses pontos são apenas a expressão do que estou passando nessa mudança.

Antes de começar e para evitar qualquer dúvida que possa gerar uma interpretação ambígua, estou usando um Galaxy Nexus com Android 4.0.4 e o firmware yakju, ou seja, com atualizações direto do Google e não da Samsung, exatamente como deveria ser o estado da arte da coisa. Não tenho nada de anormal de apps instaladas que tenham algum tipo de bug conhecido ou comportamento não estável, aliás, não tenho nem 20 apps instaladas além das default.

Vamos lá!

Pontos positivos

  • A integração com o Google: Quase perfeito em todos os pontos: gmail e contatos são incríveis! O gtalk é muito legal, apesar de às vezes seus amigos acharem que você não quer responder e na verdade você simplesmente está dirigindo/dormindo/longe-do-celular.
  • Devolução de apps: Essa aqui foi simplesmente matadora, realmente muito irado. Comprei uma app pra usar como “passador de slides” numa palestra, não gostei da app (tinha que instalar outra app no mac pra se comunicar) e quando fui remover tinha a opção “refund”. Cliquei lá meio sem esperanças e na mesma hora a app foi removida e débito no cartão foi cancelado. #FTW
  • Snooze: é um detalhe idiota, mas poder cancelar o snooze time pra mim foi bem legal. Direto eu fico naquela de “só mais um snooze” e às vezes levanto antes do último snooze terminar. O resultado é que fico no banho e o telefone gritando no quarto. Agora não fica mais :)
  • Google Chrome: apesar de pra mim este ser um vírus pior que o IE, poder ter tudo sincronizado no celular igualzinho no meu Google Chrome do Mac é muito bom :)
  • Poder desenvolver e testar suas apps sem ter que pagar nada pra ninguém também é algo a se valorizar ;)

Pontos Negativos

  • Corretor ortográfico em pt_BR: Até consegui mudar o teclado para o formato pt_BR mas o corretor ortográfico simplesmente não existe. Eu odeio cometer erros de gramática, já me bastam minhas atrocidades de concordância. De qualquer forma, ainda não creio que algo tão idiotamente simples e necessário não existe, ainda acho que eu não soube ativar isso.
  • Cronômetro: Sério, na boa, o relógio não tem um mísero de um cronômetro!? Nem precisava ter aquele contador de voltas, mas sem cronômetro é de lascar. Estou queimando todas minhas receitas agora, até o miojo.
  • Google Tasks: Em casa de ferreiro o espeto é pau. Ditado bem verdadeiro nesse caso. Uso o wunderlist há algum tempo e estou tentando migrar pro Google Tasks pelo simples atalho <shift>+T no gmail que cria uma task associada ao e-mail. Não existe app oficial do Google para o Tasks e a versão web para Android é muito pior que a versão web pra iPhone (que também é ruim).
  • Google Reader: Sou viciado em leitura e uso *muito* o Google Reader (mais de 5.000 itens lidos por mês). Até tem uma app do Google para o Reader que consegue ser pior do que a versão web: delays gigantes pra atualizar os badges e indicadores, até 4 ou 5 cliques/taps para chegar num item a ser lido, visual bem medonho, tipografia e fundo não muito favoráveis pra leitura e por aí vai. Se você já usou o Reeder para iPhone/iPad/Mac nunca mais conseguirá outra app, fato.
  • Google Calendar: é bem funcional, porém, igualmente feioso. A tela de visualização “por mês” simplesmente mostra uma tabela cheia de quadradinho borrado, não serve pra nada.

Do aparelho Samsung Galaxy Nexus em si, o que achei de bom e ruim

  • A camêra é horrível, de verdade. Ele é muito rápida, só. As fotos com ela parecem as fotos do meu iPhone 3GS de 3 anos atrás e com maiores chances de saírem tremidas.
  • O acabamento e construção, pra padrão Samsung, são uma obra prima. No geral é bom mesmo, bonito e parece ser bem resistente.
  • A tela grande: polêmico esse item. Até hoje ainda me assusto com o tamanho do telefone. Não consegui pegar a manha pra guardar e pegar do bolso igual fazia com o iPhone, que já era automático. Além disso é meio incômodo pra segurar o telefone com uma mão só e digitar com o dedo, a tela é tão grande que o espaço a se percorrer pra chegar no topo da tela, por exemplo, complica um pouco. Por outro lado, estou gostando de ver mais informações ao mesmo tempo na tela, tem sido uma experiência legal.
  • A bateria tem me surpreendido e durado mais do que a do meu iPhone. Ainda não deixei ligado direto até acabar mas no fim do dia ele sempre chega com mais bateria que o meu iPhone chegava.

O que é realmente horrível e irrita bastante no conjunto como um todo

  • Padrão das coisas: cada app coloca o botão de settings em um lugar diferente. São milisegundos procurando que incomodam um pouco. Isso é só uma das coisas que parecem um padrão mas na verdade de padrão só tem falta de padrão.
  • Destravar o aparelho no botão de volume, putz, essa é de doer. Eu sempre uso senha, mas gosto de deixar alguns segundos de espera pra realmente travar o aparelho depois que desligo a tela. Até aí tudo bem, configurei os 15 segundos de espera igual no iPhone. Acontece que quando qualquer tecla de volume é pressionada a tela liga com o aparelho desbloqueado! Opa, mas não apertei a maldita tecla de power, só a de volume (e na maioria das vezes sem querer ao colocar no bolso).
  • O projeto de ter as teclas de volume e power praticamente na mesma altura nas laterais do aparelho também não me parece uma boa ideia de projeto. Várias e várias vezes preciso apertar o volume e aperto o power junto. E o contrário também acontece.
  • Ter que fechar as aplicações com uma certa frequência. Nunca precisei fazer isso no iPhone exceto quando o recurso foi lançado e eu queria muito testar :) O fato é que mesmo tendo mais recursos de processador e memória fica bem notável que o uso em geral do SO e das aplicações vai se deteriorando com o tempo e ao fechar as aplicações abertas tudo se resolve (e não é muito tempo não, é coisa de um ou dois dias).

Resumindo e fechando o boteco

No fim das contas acho que estou mais insatisfeito com o aparelho em si do que com qualquer outra coisa, talvez por um excesso de expectativa. Alguns detalhes no Android são irritantes, de fato, mas podem ser corrigidos. Já o aparelho é bem mais complicado e a correção vai arder no meu bolso.

Eu estava usando um iPhone 4 como celular principal antes dessa troca e sinceramente não esperava que o Galaxy Nexus fosse muito melhor que ele e nem do nível de um iPhone 4S, mas esperava que fosse ao menos – um pouco – melhor do que o meu iPhone 4, nunca pior. Pra mim não foi, acho o meu iPhone 4 anterior consideravelmente superior, nem entrarei no mérito do 4S.

O que estou notando até agora com relação ao Android é que realmente o SO é muito show para quem gosta de futucar em tudo quanto é detalhe, configuração e funcionamento, e, claro, entende o está fazendo. Esse ponto eu estou gostando muito! Mas, por outro lado, Definitivamente não se encontra uma preocupação legítima com a usabilidade e experiência do usuário final (o não futucador). Até as coisas que deveriam ser uniformes ou seguirem um padrão, não seguem. Às vezes minha preguiça de reconfigurar tudo por uma bobeira que mexi sem querer é muito maior do que ter a liberdade de mexer em *tudo* e isso tem feito pensar nessas vantagens e desvantagens.

Quanto as apps é um grande ponto delicado e que até penso em escrever outro post: quase todos os apps de iPhone existem pra Android? Sim, quase todos existem mesmo, de fato. Só que é muitíssimo claro que a maioria dos desenvolvedores e empresas desenvolvedoras não se preocupam muito com as suas respectivas apps no Android, ou não tanto quanto no iOS: são muitos recursos que não são implementados, alguns errinhos chatos, etc. No Android, o instagram, por exemplo, não publica no flickr, o Facebook não navega nas fotos de álbum quando se abre uma foto na timeline, o gmail (app oficial) não tem nem badge e mais uma lista que não consigo decorar. São bobeirinhas e coisas idiotas ao ler esse post mas essas coisinhas tem o incrível poder se transformarem em problemas existenciais quando você percebe que simplesmente não funcionam.

Se você quer usar um Android, vá fundo que no mínimo será legal, o SO é bom. Se quer um iPhone mas não tem grana, vá de Android sem medo que será uma ótima pedida e estará bem atendido. Agora se o SO não importa e você tem grana pra comprar um Galaxy Nexus (equivalente a um iphone), pense melhor, sugiro ir de iPhone.

Tudo novo, de novo

Esse blog estava realmente abandonado nos últimos meses. Parte por causa das novidades e o trabalho insano e completamente envolvente na Giran e, claro, boa parte pela velha e boa arte de procrastinar. Um pequeno descuido e caímos no ciclo viciante da procrastinação: procrastinadores, os líderes amanhã!

Mas enfim, resolvi sair (de novo) da zona de conforto e colocar o blog em movimento outra vez. Aproveitei o embalo pra tirar um milhão de plugins inúteis que só serviam pra aumentar a lerdeza do wordpress em algumas ordens de grandeza e, principalmente, remover o tema e deixar o tema padrão. Não sei se era só comigo, mas toda atualização do wordpress bagunçava alguma coisa no tema, cansei disso e deixei o tema padrão mesmo, ele tem uma tipografia boa e é azul (cor que eu gosto).

Já que era hora de trabalhar resolvi fazer um trabalho na configuração do .htaccess pra deixar as coisas mais arrumadas. O domínio desse blog era www.jeveaux.com/blog ou www.jeveaux.com.br/blog. Casa de ferreiro… Enfim, acreditem ou não, a coisa era meio arcaica. Agora tudo irá cair em jeveaux.com e este é agora o endereço oficial do meu blog, mas não se preocupe que qualquer outro endereço (com /blog, ou .com.br, etc) continuarão funcionando, porém redirecionando sempre para jeveaux.com – pode clicar nos links anteriores pra ver :)

Agora é tirar a poeira de alguns drafts, apagar algumas dezenas de outros e escrever o meme dos 7 itens do ambiente de desenvolvimento que a Loiane me passou.

E é isso. Se alguém encontrar qualquer coisa de errada ou não funcionando, me avise por favor.

Atualizando o blogroll

Resolvi dar uma geral no blogroll no feriado, basicamente incluí blogs e links de pessoas/empresas/organizações que eu tenho lido com alguma frequência e que ainda não estavam no meu blogroll:

Links

Blogs

Espero que gostem. “Ecis eu agarântio!”, e os outros que já estavam no blogroll, também, aproveitem.

Bye Firefox, Welcome Safari

Eu sempre fiquei muito puto intrigado com o excessivo consumo de memória do Firefox desde quando comecei a utiliza-lo. Às vezes alguns patches ou novas versões melhoravam um pouco, mas depois com as dezenas de plugins interessantes sendo lançados a coisa foi ficando cada vez mais complicada. Mas resisti, sempre, afinal, no linux/gtk eu não gostava do epiphany e nem do opera, então só restava mesmo usar o firefox.

Há algum tempo voltei a usar mac e então resolvi experimentar o Safari. O firefox continua a consumir seus ~900Mb de memória com aproximadamente 10 plugins e 15 abas. O mais estranho que no mac, sempre que eu estava usando o firefox uma grande quantidade de memória fica como inativa, em torno de 500Mb, logo era quase 1.5Gb de memória para usar o Firefox, um pouco complicado. Usando o Safari esses números caíram para ~200Mb de memória para o Safari e ~80Mb de memória inativa.

A primeira impressão, assim como tem sido tudo no mac é a dificuldade com os atalhos. Depois a falta do CTRL+K (no caso do mac CMD+K) pra ir pra barra de pesquisa, customizando um pouquinho consegui acertar isso. Próximo problema, plugin para o delicious, também facilmente resolvido. Firebug, e agora!? Bom, agora é abaixar a cabeça e se conformar, quando eu precisar terei que usar o firefox mesmo, até existe o Firebug Lite para Safari, mas é meio fraquinho de recursos.

As necessidades emergências estavam contempladas. Depois foram aparecendo outras coisas que estavam fazendo falta. Twitter, tentei o tweetdeck e o twhirl, mas achei todos muito pesados (+130Mb ram) e feiosos, acabei ficando com o Twitterrific mesmo, bem mais leve e funcional.

E por fim, o que me conquistou realmente. Estava sentindo falta dos bookmarks locais do firefox, principalmente os que ficam na barra de bookmarks, a minha era cheia deles, deixava o nome em branco e aparecia somente o favicon e os gerenciava com o Foxmarks. Até existe uma versão do foxmarks para o Safari, mas não aparecem os favicons na barra, então não era suficiente. Atualizei o Safari para a versão 4 beta e pronto, um recurso novo foi suficiente para suprir essa necessidade, é o Top Sites. Continuo usando o Foxmarks para gerenciar os bookmarks, mas agora com o Top Sites o que eu usava visualmente (favicons) ganhou uma melhora expressiva.

E é isso, por enquanto nada a reclamar.

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De volta ao Macintosh

Eu ainda não sou nenhum coroa, mas sou do tempo em que os computadores da Apple eram chamados de Macintosh. Durante a minha quinta série do ensino fundamental eu fui louco por um Macintosh Performa 6300, mas somente no final da sexta série que eu fui ganhar meu primeiro Macintosh: um iMac G3, foi o primeiro modelo de iMac a ser lançado, primeira linha da Apple com o PPC G3, ainda me lembro daquele monitor verdinho com gabinete embutido e todos meus amigos apavorados com o computador sem floppy-drive e com o mouse de um só botão. Época boa.

O fato é que eu usei o MacOS 8.X por alguns anos, até que o iMac ficou velho e eu o troquei por um PC. Desde então eu estava sem Mac. Semana passada consegui passar a diante o meu Sony Vaio e comprei um Macbook, edição black. Estou gostando de retornar à este ‘mundinho’, o MacOS X Leopard é muito diferente do MacOS que eu conhecia, mas a experiência está sendo muito bacana e com a ajuda de vários amigos estou conseguindo deixar as aplicações em dia e funcionando.

Por enquanto só tenho a reclamar com a falta de ambientação dos atalhos. Tenho todos os atalhos do Ubuntu/Gnome memorizados e vai ser difícil aprender os novos agora, ainda mais com o layout do teclado diferente. Mas vâmo que vâmo. E se você tiver qualquer sugestão de aplicação, configuração ou sejá lá o que for, por favor não deixe de dizer.