Eu demorei, mas aprendi que criticar diretamente não é a melhor forma para se cativar as pessoas, ainda estou tentando praticar de forma mais eficaz, é difícil, muito difícil, mas funciona. Contudo, existem situações onde a crítica é inevitável, infelizmente existem e nós precisamos estar sempre preparados para elas – tanto para criticar quanto para receber uma crítica. Mas fazer uma crítica sem motivo ou razão e, principalmente, sem um conhecimento sólido que dê credibilidade à esta crítica é, no melhor dos casos, desprezível.
O pior é que ultimamente com tanta mídia gratuita por aí eu tenho notado muita gente se empolgando e embarcando na onda de “crítico matador”, e simplesmente querendo fazer o papel do grande sábio e conhecedor de todos os assuntos, criticando a tudo e a todos sem o menor pudor – e na maioria das vezes, sem a menor autoridade para tal.
Alguns pensam que girando a metralhadora e disparando críticas para todos os lados serão mais respeitados, ou sair logo criticando com todas as forças algo novo e recém lançado é um grande negócio para auto-promoção e até mesmo que a crítica é a melhor forma de “falar que sabe tudo do assunto”.
Mas assim como a síndrome do seniorismo, onde muita gente se tornou consultor senior de negócios após 1 ano de estágio, a síndrome do criticismo está se alastrando rapidamente. Hoje em dia todo mundo acha bonito criticar, todo mundo acha bonito fala mal, chamar o código alheio de porcaria (adoraram fazer isso com o twitter, recentemente) e por aí vai. E o pior, o que está alimentando essa nova síndrome é o comportamento da maioria que tem respeitado e tem até sentido uma pontinha de medo de quem adora criticar tanto.
É muito fácil criticar, aliás, qualquer idiota pode criticar, condenar e queixar-se – e a maioria dos idiotas faz isso. Por vezes é muito mais simples e não requer esforço e nem conhecimento, basta disparar qualquer asneira e pronto. HEI! Pessoal, acordem!
Já do outro lado nem é preciso ser conhecedor do assunto criticado para entender a crítica, afinal, célebres frases como: “- Odeio o framework X”, “- A API de fulano é horrível, deplorável” e “- O serviço do João é cheio de bugs”, são muito fáceis de serem compreendidas e são ótimas para causar uma má interpretação do assunto. Mas eu me pergunto, por que a pessoa odeia o tal framework, será por algum motivo que justifique a crítica ou seria apenas porque antes da síndrome do criticismo esta pessoa já passou pela síndrome do seniorismo e agora além de não saber a ferramenta ainda a crítica. Ou por que a API do fulano de tal é tão ruim, não seria por que a API é REST e o crítico só sabe fazer integrações usando stored procedures? Ou quais seriam os tais bugs no serviço do João, será que existem de fato?
Eu não quero que este post seja visto como uma crítica aos críticos, não é. De certa forma estou usando este espaço e escrevendo sobre isso exatamente aqui no meu blog pois tenho visto que muitos amigos e pessoas próximas que mantenho contato estão sofrendo de tal síndrome do criticismo. E isso é muito mais do que simplesmente chato, é frustrante.
A intenção é dar uma dica: estudem; estudem, ESTUDEM SEMPRE! Saibam ser humildes, tenham respeito pelo próximo e aprendam a admirar o trabalhos dos outros. Você será verdadeiramente respeitado e admirado ao dizer “- Parabéns pela sua implementação, sua idéia para resolver aquele problema foi ótima” do que criticando sem conhecer por pura falta de vontade e empenho em aprender, criticar de forma irresponsável somente vai trazer respeito e admiração de outros irresponsáveis e alienados.
Um exemplo simples e clássico
Eu estudei por muitos anos (há muito tempo atrás) seguidos e tive cerca de 4 anos de experiência profissional com Struts 1.x e até hoje penso duas vezes antes de formular uma crítica a este velho conhecido e tão calejado framework. Tenho consciência que não sei sobre todos os detalhes do Struts e que posso ter compreendido ou até utilizado de forma errada um ou outro recurso, por isso sempre penso se sou a pessoa mais adequada para aquilo, principalmente quando estou inserido num cenário que sei que a minha opinião, por exemplo, poderá repercutir ou influenciar a opinião de outras pessoas. É preciso ter humildade para reconhecer que não se sabe tudo e responsabilidade para criticar.
Mas mesmo assim eu escuto/leio muita coisa ruim do Struts que vem de pessoas que estão começando a aprender JSF sem nunca ter tido qualquer experiência com outra ferramenta/framework antes, que credibilidade dar a pessoas assim? Que credibilidade dar a uma pessoa que desdenha do código alheio sem nunca te-lo visto?
Responsabilidade, humildade e maturidade devem estar sempre juntas para te ajudar a manter-se em seu lugar e saber quando e como expor a sua opinião.
A síndrome do criticismo – http://tinyurl.com/q8v4ah
RT: @jeveaux: A síndrome do criticismo – http://tinyurl.com/q8v4ah
A síndrome do criticismo – http://tinyurl.com/q8v4ah (via @jeveaux)
Nossa, show de bola, nota 10 o post Jevaux!
O pior ainda desta onda, é que muitos, por admirar quem está criticando, acabam mudando de opinião apenas por acharem que fulano é o cara, mesmo nem concordando com esta pessoa.
Muito bom mesmo.
Parabéns!
Abraços
RT: @jeveaux: A síndrome do criticismo – http://tinyurl.com/q8v4ah
Excelente texto do @jeveaux : http://is.gd/xTiy
AKA “Síndrome do Dr House”.
Mas pelo menos o House realmente É phueda. :)
Excelente post, Jeveaux.
Abraço.
Parabéns Jevaux!
Já estive em uma situação parecida….muito bom seu artigo.estou de pleno acordo.
abraço
É interessante que as críticas contundentes (ou destrutivas) são geralmente feitas por pessoas sem domínio do assunto abordado, ou que o ignoram.
A arrogância é o cartão de visitas dos ignorantes.
Tão ruim quanto falar mal de um framework/tecnologia sem conhece-lo é simplesmente ouvir a opinião de alguém e encarar essa opinião como “verdade absoluta”.
Ou mesmo seguir o principio do “quando somente se tem um martelo como ferramenta qualquer problema é prego”.
Enfim, excelente post “Jevô”.
Abraços.
Muito bom, e isso tem ocorrido mesmo,
você citou duas sindromes, na minha opinião, essas críticas intermináveis estão interligadas a “síndrome do seniorismo”, uma síndrome puxa a outra
Abraços
Foquei aqui pensando se deveria comentar o post, sem passar nenhum conteúdo proveitoso, e, cheguei a conclusão de que todo de esforço em se melhorar(a si mesmo ou aos outros) deve ser elogiado e incentivado…
Belo post Jeveaux…Parabéns…
Parabéns pelo post Jeveaux.
Muitas pessoas destorcem os fatos, só para poderem criticar. Se ao invés disto “gastassem” o tempo estudando sobre o assunto veriam que vale muito mais a pena.
Criticas muito bem fundamentadas proporcionam ótimas reflexões, mas infelizmente a maioria das críticas que vejo em blogs e foruns de discussão muito passam longe disto!
Excelente cara, adorei!
O que vc falou é corretissimo e eu tb vivo me policiando para não falar asneira ou criticar de forma não construtiva (apesar de ter meus “momentos de fraqueza”, eu assumo).
[ ]s, gc
Momento telecurso 2000. Vamos pensar um pouco: http://tinyurl.com/q8v4ah … belo post do Jeveaux
Adorei o texto e quero dizer que sou grato por ter me feito pensar. Prometo que vou me policiar daqui para frente. Por vezes me pego fazendo exatamente o que falou : criticando sem fundamento.
Humildade é uma qualidade em extinsão
Perfeita reflexão. O interessante, é que na nossa área (desenvolvimento de “sonhos” :)), tem muitos profissionais que fazem exatamente isso, criticam sem conhecimento de causa.
Muito legal mesmo!!!.
Como diz o ditado: “O tolo fala; o sábio escuta.” ;-)
Aproveitando, sobre o link pro artigo da Wikipedia no início do post, vale *muito* a pena ler o livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, do Dale Carneghie.
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Vinicius Assef