A sabedoria numa corrida de canoas

Essa semana recebi uma historinha muito interessante por e-mail e que talvez, muitos já a conheçam. Mas eu nunca havia lido antes, então vou fazer um resumo da história da “Corrida de Canoas” que é uma adaptação para o cotidiano de muitas empresas de desenvolvimento de software, infelizmente. O caso em si é um clássico, semelhante a outro que postei aqui no blog há um tempão, mas que nos remete a reflexões que deveríamos ter por pelo menos alguns instantes diários, mas que no corre-corre deixamos passar.

Nota: Esta história, assim como milhares de histórias que recebemos por e-mail todos os dias, não tem um autor oficial, ou tem um “novo” autor a cada semana ou uma versão diferente ou uma adaptação diferente. Numa rápida pesquisa no google eu encontrei dezenas de variações da história e principalmente do autor, então como eu não sei quem é o autor verdadeiro e como no e-mail que eu recebi também não havia citação para o autor, deixarei sem referências, mas que fique claro que se alguém souber o autor verdadeiro pode dizer que eu atualizarei o post com as referências.

A história: A Corrida de Canoas

corrida_canoa_01Duas empresas (de acordo com a história, uma brasileira e outra japonesa) criaram um desafio que consistia numa corrida anual de canoas, onde, em cada canoa iriam até 8 homens de cada empresa.

Então as equipes treinaram arduamente e estavam em sua melhor forma no dia da corrida. No entanto, os japoneses venceram com mais de 1km de vantagem.

Após a grande derrota a equipe brasileira ficou muito desanimada e chegou a pensar em desistir, mas o diretor geral da empresa brasileira decidiu que venceriam no próximo ano e, para tal, criou um grupo de trabalho para examinar o que houve de errado na corrida.

Depois de muito tempo de estudos, análises e relatórios, o grupo que examinava os fatos da corrida concluiu que a equipe japonesa possuía em seu barco um capitão e sete remadores enquanto a equipe brasileira possuía sete capitães e um único remador. O diretor geral tomou uma decisão e contratou uma terceira empresa para analisar a estrutura de sua equipe.

corrida_canoa_02Depois de longos meses de trabalho os especialistas contratados concluíram que a equipe possuía capitães de mais e remadores de menos, e informou isso ao diretor geral. Este, por sua vez, decidiu então que a estrutura da equipe deveria ser alterada imediatamente.

A estrutura da equipe foi então reformulada e ao invés de sete capitães, teria agora apenas 4 capitães, dois supervisores de capitães, um chefe de supervisores e um remador. Mas agora o remador teria atenção especial, toda a equipe funcionaria a seu favor, o remador deveria ser melhor qualificado, ter mais treinamento, ser constantemente motivado e principalmente ser conscientizado de sua inviável responsabilidade.

Chegou o próximo ano e ao final da corrida a equipe japonesa venceu mais uma vez, porém com mais de 2km de vantagem, o dobro da vantagem do primeiro ano de corrida.

corrida_canoa_031O diretor geral em conjunto com toda a diretoria da empresa brasileira decidiu que o remador deveria ser demitido pelo seu péssimo desempenho na corrida. E decidiram também, que para não desmotivar o resto da equipe todos seriam recompensados com um prêmio por sua enorme dedicação e motivação que tentaram, sem sucesso, incutir na equipe.

O diretor geral preparou um relatório da situação, no qual ficou demonstrado que: A melhor tática havia sido escolhida, a equipe estava bem organizada e que havia motivação suficiente mas que o material utilizado ainda deveria ser melhorado e, por último, que um remador mais qualificado e empenhado deveria ser contratado.

Hoje a empresa está cogitando a idéia de trocar ou construir uma nova e mais moderna canoa.

Fim da história! =D

Apesar de parecer engraçado, esse cenário é, na verdade, trágico quando acontece na vida real. Não é difícil encontrarmos situações como essa em nosso dia-a-dia. Aqui no Espírito Santo costumamos dizer essa é uma situação onde temos muitos caciques para poucos índios.

Muitas boas conclusões podem ser tiradas dessa história: os muitos caciques para os poucos índios, inabilidade para detectar a causa raiz de um problema, agir onde não está a causa problema, superestimar os problemas (vide o grupo para analisar a corrida e em seguida os consultores especialistas) e principalmente, foco no processo e não nas pessoas.

7 respostas para “A sabedoria numa corrida de canoas”

  1. Ei Paulo César. Você deve se lembrar vagamente de mim (afinal nunca tivemos muito contato), sou irmão da Dandara, lá de Guaçuí. Já havia ouvido falar de você há um tempo pelo namorado de uma prima minha, o Bruno do ClubeStilo, mas na época não liguei o nome à pessoa. Daí encontrei o seu blog recentemente e conectei os pontos. Estarei acompanhando aqui, pelo que andei lendo de seus trabalhos e apresentações, você parece ser o tipo de cara que é importante ter na rede de contatos :)

    Sobre o post, situações como a descrita nessa parábola infelizmente são frequentes, e este é o tipo de coisa que fortalece a minha convicção de evitar a todo custo trabalhar em empresas. Na única experiência que tive, lá no Rio, na Power.com, os “remadores” notavam vários problemas de eficiência por conta do excesso de caciques. Empreender, e manter equipes pequenas e multidisciplinares nos seus empreendimentos (e toda aquela pregação do Getting Real da 37 signals) é o caminho da felicidade.

    1. Fala Diego, claro que me lembro cara. Eu sempre acompanhei notícias suas por causa do flogão, mas nunca consegui pegar um contato. Mas agora já peguei o feed do blog e o twitter =) … Manteremos contato de agora em diante!

  2. parabéns,muito boa vou levar para aprensentar na empresa.Gostaria de saber de vc jeveaux se vc tiver outros assuntos que falam de saude e segurança no trabalho se, vc pode enviar por email para mim.obrigado

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